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Mais um Natal que passou, e como manda a tradição o Natal é passado com a família e, no meu caso, foi em Segirei. Na noite de consoada, comeu-se o bacalhau cozido e o polvo, acompanhados das deliciosas batatas e couves, cultivadas na “cortinha” em Segirei. Os doces típicos, como as rabanadas, os sonhos, aletria, não esquecendo o famosos bolo-rei e o “turrón”, não estivéssemos nós perto da nossa vizinha Galiza, fizeram a delicia dos mais gulosos, que aproveitam esta altura para cometer alguns exageros alimentares... estamos no Natal. A noite continua entre visitas a casa de familiares, que vieram passar esta quadra com a família da terra, duas de conversa, até à hora de chegada do Pai Natal, que este ano teve tarefa difícil, não podia vir muito carregado, pois com tanto gelo podia escorregar.....… afinal às 0h00, só marcavam -8ºC.
Mas, no dia 25, raiava um delicioso sol que fez aquecer e animar o dia de Natal. E aqui mais uma vez, nova tradição, a da festa de Natal. Este ano as mordomas foram a Helena Pires e a Tia Bárbara, que foram muito bem assessoradas pelo João (cunhado da Helena) e João (filho da Bárbara). Logo pela manhã a Charanga Alvorada percorreu as ruas da aldeia, o bairro de cima e até foi a Vale do Covo. A missa de Natal, teve início às 14h30 e foi rezada pelo Sr. Padre Delmino. Após a missa, deu-se o tradicional desfile das varas pelas ruas da aldeia, acompanhado pela Charanga e pelos presentes e depois fez-se a sua entrega aos mordomos do próximo ano, que são o Tio Joaquim e a Tia Almerinda. Depois de jantar, houve o baile, que este ano se realizou na escola nova… estava mais quentinha.
Espero que todos tenham tido um bom natal e que o Pai Natal tenha sido generoso no sapatinho, acima de tudo com muita paz, saúde e amor.
Continuação de Boas Festas!
Hoje, finalmente, recebi as fotografias do nevão que caiu em Segirei na semana passada. Entre estradas intransitáveis, como viram pelo que aconteceu ao nosso amigo Tupamaro, encontros e desencontros e fins de semana prolongados ausentes da terra, só hoje consegui ter acesso aos ditos retratos. Claro que o autor destas maravilhas é o nosso repórter residente Tiago que, diga-se, está de Parabéns! Concordam comigo, ou não?!
Não me vou alargar com as palavras, apenas dizer-vos que se deliciem e apreciem as imagens e que deixem comentários inspirados nestas belas paisagens.
Hoje deixo-vos com um post dedicado ao nevão que caiu no passado fim de semana, e com a aventura de um amigo deste blog pela freguesia de São Vicente da Raia.
Texto e fotos de Tupamaro:
Palavra de Tupamaro!
INDO EU, EU,
A CAMINHO DE SEGIREI,
‘Ó CHEGAR A AVELEDA
Oh! QUE MEIA-VOLTA DEI!
Caiu neve em Segirei?!
Isso não se faz!
A sexta-feira amanheceu bonita, com um solzinho medricas, mas a prometer mais valentia para o dia.
Sentimo-nos mais corajoso e demos o sinal de partida à nossa “marinete”.
Aqui deste Blogue roubámos uns retratos para melhor acertarmos na raia - um do palminho de cara que o faz, outro do «coiffeur», um do Tocador Celta (o Guilhermino), outro da Tia Benedita, e mais um do Tio Max.
Com estes salvo-condutos, de certeza certezinha que daríamos com o coração de SEGIREI.
A primeira paragem foi num pasteleiro, na cidade, para um desougaço (desta vez, desconsolado, pois o “picado” mostrou-se muito salgado!).
Tantarantantan, lá fomos cheios de entusiasmo até à Pedra da Bolideira, onde parámos um instantinho para mais um olhar respeitoso e divagante.
Pois é! Mas logo mais à frente começam a cair na vidraça umas gotitas com desenhos muito lindos e que, logo a seguir, mesmo à entrada da Capital da Batata, se transformam em farrapitos de algodão açucarado.
Que bem nos sabia ver os pára-brisas engalfinhados com os álveos maltrapilhos!
Que bonitos de brancura estavam a ficar os telhados, os campos e a estrada!
Lá no fundo, depois de passada aquela ALDEIA que também nos caiu no goto - ARGEMIL, do lado de lá do pontão sobre o famoso Rio Mousse estava uma «marinete» igual à nossa e um «raiano» a aquecer-se numa fogueirita.
Convencidos de alta competência geográfica e metereológica desse «raiano» que nos garantiu conhecer bem essas terras e esses climas, perguntámos-lhe se, a nevar assim, teríamos possibilidade de ir conhecer SEGIREI.
-“Sim, com algum cuidado”!
Lá chegámos a S. Vicente.
À única alma viva que vimos fizemos a mesma pergunta.
Também lhe pareceu que sim. Mas, avisou:
- “Depois do paralelo, há uma descida para AVELEDA. Aí vá com cuidado”!
Da Galiza estavam a ser lançados turbilhões de farrapos de neve, que mais se assemelhavam a grandes novelos ou a fardos.
Começámos a descer para AVELEDA.
Devagar.
Devagarinho.
Devagarinhooooooo……!
Pois sim!
A «marinete» pareceu tomada pelo diabo!
Começa a “skiar”, como aqueles atletas em Insbruck a contornarem umas bandeirolas, e nós a metermos os braços pelas mãos, as mãos pelos cotovelos, os cotovelos contra os cotovelos! As mãos , os cotovelos, os braços, já nem sabíamos por onde andavam!
Que grande sarilhada!
PVZ…zzzzzzzz…pió!
A um palmo de um grande calhau, nariz da «marinete» virado p’ra S. Vicente, e a valeta do lado direito de quem desce lá nos parou!
Fez de meta!
A neve caía que deus a dava!
Uma hora depois, chegávamos ao Largo do Cemitério de S.Vicente.
Com dois pedregulhozitos no caixote fomos descendo devagarinho, devagarinho.
“A sorte protege os audazes!”
Logo ali à frente encontrámos o sr. LEONEL.
Na companhia de um filho, e depois de «umas patinagens artísticas», reboca-nos até à saída de Travancas.
E assim fomos a tempo de comezainar no Jantar de Aniversário de um Amigo!
Como o nevão durou até hoje, aproveitámos para meter o dente em algumas (pouquinhas, ó seus fartudos!) das coisinhas boas que por aí abundam …e até se estragam!
E, mal chegados às nossas paragens habituais, logo viemos visitar este Blogue a ver se a nossa «gloriosa aventura» já tinha sido «piada» para a autora.
Ah! Mas fiquem sabendo que, da próxima, com neve ou com nevão; com chuva ou trovoada; com vento ou tempestade; com calor ou caloraça; havemos de atravessar AVELEDA e arribar a SEGIREI!
Palavra de Tupamaro!