Hoje deixo-vos com um post dedicado ao nevão que caiu no passado fim de semana, e com a aventura de um amigo deste blog pela freguesia de São Vicente da Raia.
Texto e fotos de Tupamaro:
Palavra de Tupamaro!
INDO EU, EU,
A CAMINHO DE SEGIREI,
‘Ó CHEGAR A AVELEDA
Oh! QUE MEIA-VOLTA DEI!
Caiu neve em Segirei?!
Isso não se faz!
A sexta-feira amanheceu bonita, com um solzinho medricas, mas a prometer mais valentia para o dia.
Sentimo-nos mais corajoso e demos o sinal de partida à nossa “marinete”.
Aqui deste Blogue roubámos uns retratos para melhor acertarmos na raia - um do palminho de cara que o faz, outro do «coiffeur», um do Tocador Celta (o Guilhermino), outro da Tia Benedita, e mais um do Tio Max.
Com estes salvo-condutos, de certeza certezinha que daríamos com o coração de SEGIREI.
A primeira paragem foi num pasteleiro, na cidade, para um desougaço (desta vez, desconsolado, pois o “picado” mostrou-se muito salgado!).
Tantarantantan, lá fomos cheios de entusiasmo até à Pedra da Bolideira, onde parámos um instantinho para mais um olhar respeitoso e divagante.
Pois é! Mas logo mais à frente começam a cair na vidraça umas gotitas com desenhos muito lindos e que, logo a seguir, mesmo à entrada da Capital da Batata, se transformam em farrapitos de algodão açucarado.
Que bem nos sabia ver os pára-brisas engalfinhados com os álveos maltrapilhos!
Que bonitos de brancura estavam a ficar os telhados, os campos e a estrada!
Lá no fundo, depois de passada aquela ALDEIA que também nos caiu no goto - ARGEMIL, do lado de lá do pontão sobre o famoso Rio Mousse estava uma «marinete» igual à nossa e um «raiano» a aquecer-se numa fogueirita.
Convencidos de alta competência geográfica e metereológica desse «raiano» que nos garantiu conhecer bem essas terras e esses climas, perguntámos-lhe se, a nevar assim, teríamos possibilidade de ir conhecer SEGIREI.
-“Sim, com algum cuidado”!
Lá chegámos a S. Vicente.
À única alma viva que vimos fizemos a mesma pergunta.
Também lhe pareceu que sim. Mas, avisou:
- “Depois do paralelo, há uma descida para AVELEDA. Aí vá com cuidado”!
Da Galiza estavam a ser lançados turbilhões de farrapos de neve, que mais se assemelhavam a grandes novelos ou a fardos.
Começámos a descer para AVELEDA.
Devagar.
Devagarinho.
Devagarinhooooooo……!
Pois sim!
A «marinete» pareceu tomada pelo diabo!
Começa a “skiar”, como aqueles atletas em Insbruck a contornarem umas bandeirolas, e nós a metermos os braços pelas mãos, as mãos pelos cotovelos, os cotovelos contra os cotovelos! As mãos , os cotovelos, os braços, já nem sabíamos por onde andavam!
Que grande sarilhada!
PVZ…zzzzzzzz…pió!
A um palmo de um grande calhau, nariz da «marinete» virado p’ra S. Vicente, e a valeta do lado direito de quem desce lá nos parou!
Fez de meta!
A neve caía que deus a dava!
Uma hora depois, chegávamos ao Largo do Cemitério de S.Vicente.
Com dois pedregulhozitos no caixote fomos descendo devagarinho, devagarinho.
“A sorte protege os audazes!”
Logo ali à frente encontrámos o sr. LEONEL.
Na companhia de um filho, e depois de «umas patinagens artísticas», reboca-nos até à saída de Travancas.
E assim fomos a tempo de comezainar no Jantar de Aniversário de um Amigo!
Como o nevão durou até hoje, aproveitámos para meter o dente em algumas (pouquinhas, ó seus fartudos!) das coisinhas boas que por aí abundam …e até se estragam!
E, mal chegados às nossas paragens habituais, logo viemos visitar este Blogue a ver se a nossa «gloriosa aventura» já tinha sido «piada» para a autora.
Ah! Mas fiquem sabendo que, da próxima, com neve ou com nevão; com chuva ou trovoada; com vento ou tempestade; com calor ou caloraça; havemos de atravessar AVELEDA e arribar a SEGIREI!
Palavra de Tupamaro!