Sendo hoje o Dia dos Avós vamos ter post extra.
Vou dar-vos a conhecer a minha avó materna.
Silvia dos Anjos, tem 78 anos e nasceu a 22 de Agosto de 1929.
Com uma boa disposição sempre aparente, é uma pessoa muito querida por todos os habitantes. Doméstica de profissão, dedica muito do seu tempo a cuidar dos seus animais de criação e das suas culturas.
Adora cuidar das suas plantas que tem nas varandas, bem como fazer na renda, cantar com a sua voz rouca canções antigas, cantadas na escola ou em festas e além disso, tem um dom muito especial para a poesia...
Aqui ficam algumas quadras:
Minha aldeia é Segirei,
Onde há cheiro a rosmaninho,
Onde nasceram meus pais,
E os rouxinóis fazem os ninhos;
Foi lá que aprendi a rir,
A trabalhar e a sonhar,
Saio sempre entre cantigas,
E volto sempre a cantar;
Dizem que em Segirei,
Tudo aparenta pobreza,
Que me importa o que eles dizem,
Se para mim tudo é riqueza;
Eu não troco a minha aldeia,
Por um palácio dourado,
Que não cheira a rosmaninho,
Nem tem ninhos no telhado;
Segirei abençoado,
Cantinho à beira rio,
Onde o melro e o rouxinol
Cantam ao desafio;
Todos cantam muito bem,
Como não há igual,
Para mim é a mais bonita,
Que existe em Portugal.
Sendo Segirei uma aldeia distante de Chaves, como sabem dista 39 km da cidade, não existem muitas pessoas iletradas, pelo contrário, e antigamente a Tia Silvia era quem escrevia e lia as cartas. Aos domingos, ela visitava a casa de quem lhe pedia para escrever as cartas ou então dirigiam-se a ela para que esta lhes lesse as enviadas pelos familiares emigrados, sobretudo do Brasil e da França. Quando o serviço apertava a minha Tia Maria José também ajudava.
Por saber ler e escrever, ficou referenciada como confidente cada vez que era preciso escrever ou ler uma carta.
Muito mais haveria para eu dizer, mas por agora é tudo. Este post vai todo dedicado à minha querida avó Silvia, que desde os meus 9 meses, juntamente com a Tia Maria José, ajudaram os meus pais a me criar.
Para a Avó Silvia, aqui fica a minha homenagem.